domingo, 14 de setembro de 2008

No blog ...


Minha gente, obrigado pelas mensagens enviadas aqui para o meu blog.
As pessoas que acompanham a minha carreira desde o início sabem que NUNCA falei da minha vida pessoal em qualquer entrevista. Sempre me limitei aos meus afazeres e fatos do artista.
Dessa vez porém, dei uma entrevista relatando fatos PASSADOS da minha vida com a intenção de passar as lições que aprendi com estas experiências.
Agradeço à Revista QUEM pela entrevista, mas faço aqui as minhas RESSALVAS.Tudo o que escrevo aqui está na fita onde o jornalista registrou toda a entrevista.
NÃO SOU a pessoa que a entrevista publicada na Revista QUEM sugere. Fui vítima de uma edição ERRADA das minhas palavras. Dei uma entrevista de quase duas horas que não pode ser resumida apenas em poucas linhas.
Como disse no post anterior aqui do blog, algumas COISAS QUE EU FALEI NÃO APARECEM NA MATÉRIA e OUTRAS TANTAS NÃO APARECEM POR COMPLETO. Mas isso é algo que acontece frequentemente nesta relação de pessoas públicas com jornalistas. Infelizmente, isso sempre acontece.
Dei uma entrevista franca, sincera, relatando com exatidão alguns fatos PASSADOS da minha vida.
Abordei temas polêmicos, eu sei, mas foram aquelas experiências relatadas ali que me ajudaram a construir a minha personalidade e o meu caráter. E foram experiências boas, que me deram APRENDIZADO e que me fizeram ser um homem bem melhor.Me orgulho de cada uma delas pois, sem elas, não seria o homem que sou hoje.
Tudo o que aprendi com o que já vivi; todas as lições que tirei de cada momento; são coisas que passarei para a minha filha que está no começo de uma vida e enfrentará pela frente um mundo muito mais agressivo do que o que me recebeu.
E digo que quero ainda experimentar de tudo o que a vida e o mundo ainda puder me apresentar, se por acaso sentir vontade. Apesar de ter até na minha própria família pessoas e fatos que me empurram a acreditar em alguma continuidade da nossa vida após a morte, prefiro não deixar nada para depois. Por causa disso, e em contraponto a maior parte dos meus anos já vividos, aprendi a viver a vida intensamente.E me sinto hoje um homem muito feliz.Como nunca fui.
Uma coisa que quero dizer é que a Revista QUEM não escreveu ali nada além do que eu disse na entrevista. Apenas PECOU por não ter colocado na ÍNTEGRA todas as minhas palavras. Por causa disso, alguns trechos publicados NÃO EXPRESSAM com EXATIDÃO o que eu falei e o que eu penso.
A experiência com drogas, por exemplo, foi ÚNICA e ficou no meu PASSADO. Quando eu digo hoje a alguém "NÃO USE DROGAS!", não falo da boca prá fora nem faço uso da hipocrisia. Falo com propriedade pois experimentei e, apesar de ter sido uma experiência interessante naquele momento, percebi que a droga nada acrescenta à vida de qualquer pessoa. É um caminho sem volta, uma porta para uma fuga sem sentido da realidade.Um atalho para o fim.Tenho uma filha de dez anos e é este o aprendizado que vou passar para ela. Não por ter lido em algum livro ou por ter ouvido de alguém. Eu aprendi isso vivendo realmente, experimentando, e digo que é algo desse mundo que não leva a nada.Foi exatamente isso o que eu falei para a Revista QUEM mas, infelizmente, NÃO FOI PUBLICADO.Da forma como e revista publicou, a impressão que se tem é que fiz apologia ao uso de drogas. ISSO NUNCA! Sou esportista, e sempre primei por uma vida SAUDÁVEL para mim e para os outros.Sempre procurei e procuro passar uma imagem saudável, de vigor físico e de saúde nas minhas apresentações em shows e na TV.
Também em relação à minha carreira e a tudo que conquistei através dela. Quando eu disse naquele momento que tudo que consegui com a música não me acrescentou em nada como ser humano, me refiri à percepção que tive anos atrás do real valor de ser famoso, de conquistar fãs, de atingir o sucesso. Tenho hoje a exata convicção de que o que levamos de tudo isso não é a fama, o sucesso, o dinheiro, os milhões de discos vendidos. O que realmente vale prá mim e me constrói é o que eu conquistei ou posso conquistar nas pessoas. É o que posso fazer para elas através da música.Uma emoção, um sorriso no rosto, os momentos de felicidade que consigo proporcionar a alguém através da minha arte, esta sim é a minha verdadeira riqueza.Falei isso como uma observação pessoal, observando tudo de "fora" do artista que também sou.Já na ótica puramente artística, me orgulho muito da minha carreira e de tudo que fiz. Gravaria novamente todas as músicas que gravei, faria os mesmos shows, tudo da mesma maneira como fiz!Também falei exatamente isso para a Revista QUEM e NÃO FOI PUBLICADO!
Outra questão que me incomodou na entrevista foi a maneira como colocaram a minha observação sobre a música baiana. Fiz uma avaliação técnica desses vinte anos de axé music que também não foi publicada na íntegra. Isso distorceu de alguma forma o que eu quis dizer. Quando falei do surgimento do pagode baiano e das letras de duplo sentido que também ajudaram a fazer o sucesso desse movimento, não foi com a intenção de denegrir ninguém ou de desrespeitar ninguém. Até porque falei de amigos, de colegas, de artistas que respeito e que têm o seu público, que não é pequeno. Disse que nunca cantei essas músicas nos meus shows apenas por uma questão de não me identificar com aquelas letras, de não perceber qualquer ligação artística com a linha de trabalho que sempre desenvolvi na minha carreira. E nunca cantei mesmo, é verdade!Falei também, e muito, da música "Toda Boa", lançada há dois anos pelo grupo Psirico, e que canto em TODAS as minhas apresentações. É uma canção do repertório do pagode baiano que eu gosto, admiro e me identifico. Isso também NÃO FOI PUBLICADO na matéria.
Quanto à questão de eu já ter vivido no PASSADO uma experiência amorosa com alguém do mesmo sexo que o meu, acho impressionante como uma história desse tipo ainda mexe com algumas pessoas em pleno século XXI.NUNCA DISSE à Revista QUEM ou a ninguém que sou gay ou homossexual. Apenas relatei uma experiência vivida no passado.Sou homem, vivi esta experiência como homem e de forma verdadeira e sincera. Nada do que vivi nesta relação maculou o meu caráter ou o meu jeito de ser e de tratar as pessoas.Fui muito feliz naquele período e viveria tudo outra vez, sem problemas.Vivi porque senti naquele momento e fui fiel aos meus sentimentos e desejos. E me orgulho de ter agido assim. Penso que a gente vem prá essa vida é prá ser feliz e não para ficar dando ouvidos ou se preocupando com o que os outros falam de nós. Tolos são os que agem assim. Nada mais estão fazendo do que perder tempo e vida!Não é o meu caso.
Quanto à questão da minha religiosidade publicada apenas em mínima parte pela Revista QUEM, o que eu disse ao jornalista foi o seguinte: Fui criado na religião católica, ambiente religioso de toda a minha família. Quando eu completei nove anos de idade, perdi o meu pai num acidente de carro e não aceitei o fato de Deus tê-lo retirado de nós tão cedo. A partir daí, nunca mais frequentei a Igreja Católica e comecei a ler e a buscar informações sobre diversas religiões. Quando me casei, casei em minha casa numa cerimônia católica em respeito à família da minha ex-mulher. Já visitei vários tipos de templos, conversei com muitas pessoas ligadas a vários tipos de religião e sempre li e leio muito a respeito. Apesar disso, nunca me senti atraído por qualquer linha religiosa. Minha religião então é muito particular e o meu "Deus" é aquele que aprendi a enxergar. Acredito em energia e para mim tudo está ligado a isso. A minha religião é fazer o bem e procurar sempre passar energia positiva para as pessoas e para o mundo. Acredito que a gente recebe do mundo o que damos para ele.Isso NÃO FOI PUBLICADO na entrevista.
Fora essas coisas, tudo o mais que falei sobre a minha carreira, sobre os novos projetos, sobre o meu próximo carnaval de Salvador, sobre a gravação do meu próximo DVD, tudo isso NÃO FOI INCLUÍDO NA MATÉRIA, revelando claramente a opção do editorial da revista pelos temas mais polêmicos.
Tive hoje a curiosidade de ler alguns dos comentários deixados em alguns sites da internet onde a minha entrevista foi publicada e, sinceramente, nada do que foi escrito ali me surpreendeu. Sou uma pessoa pública e por causa disso aceito qualquer tipo de opinião a meu respeito. Até mesmo aquelas que não correspondem em nada ao que sou. Afinal de contas, poucas pessoas me conhecem a fundo e o que a maioria conhece é apenas aquela "figura" do artista que vive, independente da sua vontade, mergulhado nesse caldeirão de fofocas, disse me disse, etc.
Para quem me conhece de perto ou para quem lê o meu blog com frequência, sabe exatamente o que penso do ser humano. Sei o quanto somos diversos e há pessoas de todos os tipos. Isso não me incomoda.Francamente, não estou aqui nesta vida para agradar a gregos e troianos. Nem Jesus Cristo conseguiu tal façanha. Como disse, respeito todas as opiniões dos que não me conhecem realmente, mas são palavras que nada me dizem. Me importa é a opinião dos que me conhecem, dos que sabem do meu caráter, da minha responsabilidade e da minha maneira de agir com o mundo.
Nada do que escreveram ou que possam escrever mudará o orgulho que tenho de toda a minha vida e da minha carreira. Muito do que li, na verdade, revela rapidamente a hipocrisia, a falsa moral, a ociosidade, a tristeza e a infelicidade dos que escreveram. Vivo hoje o momento mais feliz da minha vida toda e ter a liberdade de colocar a público experiências passadas, de poder contar um pouco da minha pessoa, sem dúvida é parte dessa felicidade.É isso.
Um abraço a todos.
Netinho.

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